ISRS - Inibidores selectivos de recaptação de serotonina (Fluoxetina, Sertralina, Paroxetina)

Mecanismo de acção:

Estes medicamentos actuam evitando a recaptação da serotonina nas sinapses (zona do cérebro onde os neurónios comunicam entre si a informação) por parte dos receptores alí presentes com afinidade para a serotonina. Ao evitar que a serotonina seja captado leva a um aumento do tempo de permanência desta hormona na sinapse aumentando assim a resposta química provocada pela serotonina (bem estar, estado emocional controlado) porque esta não é destruida. 

Classe de químicos:

Fluoxetina, Paroxetina, Fluvoxamina e Sertralina, Citalopram e o seu derivado o Escitalopram (Cipralex).

Posologia:

Todos estes químicos são de toma única normalmente durante a manhã após o pequeno almoço. São de toma continuada normalmente durante um periodo não inferior a 6 meses. 

Após o inicio da toma o efeito real do medicamento só se começa a sentir após 8 a 15 dias de toma contínua pois é necessário este tempo para que o aumento da serotonina no cérebro produza um maior efeito e faça aparecer mais receptores o que maximiza o efeito da serotonina.

Assim como o inicio da acção é lenta o parar a toma deve ser feita de forma gradual e também durante um periodo de tempo nunca inferior a 2 semanas e durante uma altura do ano em que seja mais fácil o desmame. Aconselhamos a altura do verão para deixar a toma porque no nascer e na queda da folha normalmente instala-se uma depressão sazonal o que torna mais dificil o deixar de tomar o antidepressivo mesmo que já se sinta completamente recuperado.

O desmame deve ser feito com uma redução gradual da dose (Ex: passar de 100mg para 50mg) quando tal é possivel ou então com um aumento do espaço entre tomas (dia sim, dia não). Isto assim vai evitar que se desenvolva os sintomas de privação como naúseas, tonturas, vertigens, ansiedade, irritabilidade, desconforto, insónias, dores musculares entre outros. Se quando inicia a redução da dose começar a sentir os sintomas acima discritos deve regressar à dose com que se sentia confortável e continuar até se sentir preparado para voltar a reduzir a dose. Para fazer a transição de diferentes antidepressivos deve efectuar a redução gradual de um e a introdução gradual do outro, começando com doses mais baixas e ir aumentando até à dose terapêutica e diminuindo a outra até deixar. Tal deve acontecer num espaço de uma semana ouquinze dias.

Indicações:

São usados no tratamento da depressão major e minor, na ansiedade, nas perturbações obsessiva compulsiva, nos ataques de pânico, fobias e mania. As doses usadas variam de acordo com a intensidade dos sintomas e com a doença diagnosticada logo não estranhe se alguém tomar o mesmo mas numa dosagem diferente pois quase todos estes químicos têm uma variação de concentração ampla o que permite diferentes ajsutes consoante a resposta dos doentes.

Reacções Adversas:

As reacções adversas são comuns a todos os químicos sendo as mais frequentes as tonturas, enjoos, vómitos, diarreia, obstipação, falta de apetite, tremores, suores, agitação, perda ou aumento de peso e alterações da função sexual.

Também ocorrem reacções pouco frequentes (acontecem em mais de 1 em 100 pessoas e menos de 1 em 1000 pessoas) que normalmente preocupam os doentes e que estão em tudo relacionadas com o aumento da serotonina no cérebro. Assim podemos sentir taquicardia, aumento da frequência cardica, variações na tensão arterial, hemorrogias normalmente com hematomas.

Sobredosagem:

Normalmente estes medicamentos têm uma margem larga de segurança mas se ocorrer sobredosagem há um aumento dos efeitos secundários mas essencialmente leva ao aparecimento do sindrome seratoninérgico caracterizado por dilatação das pupilas, febre, tremores, taquicardia (aumento da velocidade do batimento cardiaco). Se isto acontecer deve imediatamente dirigir-se às urgências e parar a toma dos medicamentos.