Agomelatina (Valdoxan)

Tratamento da depressão major ou minor como fármaco de primeira linha ou como complemento a um outro antidepressivo já iniciado. Pode também ser aconselhado como forma de ajudar a regular a falta de sono resistente aos tratamentos clássicos com benzodiazepina e ou hipnóticos.

Dose: Aconselha-se a toma de 25mg ou se o médico assim entender de 50mg ao deitar.

Alimentos: É indiferente a toma com ou sem alimentos pois estes não condicionam a biodisponibilidade (a quantidade de medicamento disponível para fazer efeito) da Agomelatina mesmo tratando-se de uma refeição rica em gordura.

Duração de tratamento e cuidados com a toma: A toma deve normalmente ser prolongada por 6 meses podendo este tempo de tratamento ser flexível sendo maior ou menor consoante a decisão do seu médico assistente. A toma deve ser tomada sempre à mesma hora e se se esquecer toma assim que se lembre se for no mesmo dia. Se tal ocorrer no dia seguinte não tome de manhã porque não irá ter o mesmo efeito e não tome 2 há noite, tome a dose habitual e continue o tratamento. A embalagem possui blister com calendário o que lhe permite saber se tomou correctamente a medicação ou não. Como o pico máximo de acção ocorre por volta de 1 a 2 horas após a toma aconselho a que toma o medicamento com este intervalo para a sua hora de deitar, assim quando se deitar terá o máximo de concentração a circular no seu corpo de modo a ajudar a regular o seu sono.

Álcool: Completamente desaconselhado durante o tratamento com agomelatina.

Problemas hepáticos: Quem tem problemas de figado (cirrose, hepatite ou antecedentes de problemas hepáticos) deve fazer controlo das enzimas hepáticas de modo a controlar se existe um aumento destes valores que deve levar à reavaliação da toma da agomelatina.

Descontinuar o tratamento: Não é necessário periodo de desmame, pode deixar de tomar sem cuidados assim que o médico entender. 

Não deve ser administrado juntamente com a fluvoxamina pois esta impede a destruição da agomelatina levando a um aumento da sua concentração. Este factor pode levar a um aumento dos efeitos secundários da agomelatina. Um outro medicamento que também leva a esta situação é a ciprofloxacina embora o normal curto tratamento pode interferir pouco com as concentrações de agomelatina.

Não existe interação com os medicamentos que normalmente são prescritos com a agomelatina (benzodiazepinas, paroxetina, fluconazol...)

O tabaco torna o medicamento menos activo, logo se fuma muito será provavelmente necessário ajustar a dose de toma.

Mais frequentes: Tonturas, náuseas, sonolência, diarreia ou obstipação. Todas estas são toleradas e desaparecem com a continuidade do tratamento. Pode ocorrer excesso de transpiração, dor abdominal, dor de costas, cansaço, ansiedade, enxaquecas e sonos agitados. Como os outros são normalmente passageiros ou bem tolerados. Se interferirem na sua vida normal deve ser reavaliada a toma da agomelatina.

Pouco frequentes: Parestesias (picadas nos dedos das mão e dos pés), visão turva e eczema.

Raros: Erupção cutânea e hepatite

Trata-se de uma agonista melatoninérgico (receptores MT1 e MT2) e um antagonista do receptor 5-HT2s. Ou seja ele imita a melatonina no nosso cérebro ligando-se nos mesmo sitios e provocando a mesma resposta no corpo que a melatonina logo regulariza o ritmo circadiano (ciclo de sono e vigilia) assim como o humor, stress e ansiedade. Assim ele consegue induzir o avanço da fase de sono, a baixa da temperatura corporal e um abrandamento generalizado do metabolismo induzindo o descanso.

Tem também uma acção antidepressiva fruto da ligação anterior mas também do facto de ser antagonista do receptor da 5-HT2c (receptor para a serotonina que é responsável por uma baixa de dopamina e noradrenalina) provocando um aumento das concentrações de dopamina e noradrenalina especialmente no cortéx frontal.

Não tem afinidade para nenhum dos outros receptores logo não causa sonolência nem altera a memória. Também não provoca alterações significativas na função sexual.