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Universidade de Coimbra encontra mólecula promissora no tratamento da osteoartrose (reumatismo)
10-04-2012 11:35
Uma planta endémica da Península Ibérica do tipo do zimbro Juniperus oxycedrus comum na serra da Estrela e na região de Quiaios pode ser a resposta para o futuro tratamento da osteoartrose uma doença mais conhecida por reumatismo ou artrose.
Aquela planta descobriu um grupo de investigadores da Universidade de Coimbra contém em grande quantidade e num grau de pureza particular uma molécula que de monstrou em laboratório travar a progressão da doença. Falta agora passar à fase seguinte do estudo a dos testes em modelos vivos mas
para isso é necessária verba que ainda não existe-
A nossa ideia desde o início da investigação em 2007 era encontrar novas moléculas capazes de parar aprogressão da doença para a qual não existe atualmente nenhum tratamento eficaz contou ao DN Alexandrina Ferreira Mendes professora e investigadora da Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra e do Centro de Neurociências e Biologia Celular CNC da mesma universidade e coordenadora do estudo na fase dos testes farmacológicos
Primeiro foi preciso testar as plantas obter os seus óleos essenciais, isolar moléculas que pudessem ser promissoras e fazer a sua caracterização química. Esta parte do trabalho foi coordenada por Carlos Cavaleiro investigador do Laboratório de Farmacognosia da mesma faculdade da UC.
Em seguida tratou se de testar as moléculas e as suas potencialidades em relação a esta doença. Esse estudo foi feito em colaboração com o serviço de Ortopedia dos Hospitais da Universidade de Coimbra que forneceu aos investigadores células de cartilagens de doentes de forma que a ação das
moléculas pudesse ser testada em laboratório.
Decorreu assim um longo caminho até à identificação da molécula alfa pineno e à clarificação das suas propriedades anti osteoartrose que foram confirmadas em laboratório.
O que verificámos foi que esta molécula consegue travar in vitro a progressão da destruição das células de cartilagem explicou a coordenadora desta fase do estudo.
A destruição da cartilagem que funciona como amortecedor e lubrificante garantindo uma boa articulação dos ossos é causada por uma proteína que existe nas células de cartilagem e que é ativada na doença causando a destruição desses tecidos. A atividade biológica da molécula alfa pineno que verificámos in vitro é a de inibição da ação da aquela proteína, isso trava a sua atividade destruidora e a progressão da doença diz Alexandrina Ferreira Mendes.
Falta agora passar aos testes num modelo vivo neste caso em ratos, mas quando isso vai acontecer a equipa não sabe ainda.
Para já não temos verba adianta a investigadora, submetemos um projeto à Fundação para a Ciência e Tecnologia para o podermos fazer e estamos também em conversações com a indústria farmacêutica mas ainda não temos respostas.
É impossível por isso prever quando um fármaco com esta molécula poderia chegar ao mercado. Depois dos testes em modelos vivos ainda terão de ser feitos ensaios clínicos.
Não arrisco uma previsão conclui a investigadora de Coimbra.
In Diário de Noticias.
Quero deixar os meus parabéns a esta brilhante equipa que como mais uma vez se pode concluir mesmo com recursos escassos consegue estar na vanguarda da saúde. É bom saber que existe no nosso país plantas inexploradas que podem ter potencial terapêutico para tratar uma doença que é a principal responsável pela incapacidade nos nossos idosos causando uma elevada taixa de morbilidade (baixa qualidade de vida) e sendo responsável por uma boa fatia dos gastos do SNS com tratamentos farmacológicos e fisioterapia.